Moçambique Enfrenta Dificuldades Financeiras com Ruanda: Dívidas de Até 40 Milhões de Dólares por Apoio Militar em Cabo Delgado
Moçambique está a atravessar um período de dificuldades financeiras significativas, com impactos diretos nas suas obrigações de segurança relacionadas com a presença de tropas ruandesas em Cabo Delgado, uma região afetada por conflitos armados. De acordo com uma análise divulgada pela Africa Intelligence, e citada pelo Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), as autoridades moçambicanas podem estar a dever entre 20 milhões e 40 milhões de dólares ao Ruanda, devido ao “empréstimo” de forças antiterroristas.
Este compromisso financeiro refere-se ao apoio militar que Ruanda tem prestado a Moçambique desde que a escalada de violência em Cabo Delgado começou a ameaçar a estabilidade nacional. A entrada das tropas ruandesas no país foi considerada uma resposta necessária para lidar com a insurgência em curso, que já causou inúmeras vítimas e deslocações forçadas de população.
Os detalhes revelados pela CDD indicam que a dívida tem vindo a acumular-se, com estimativas que apontam para uma obrigação de pagamento entre 2 a 4 milhões de dólares por mês. No entanto, as contas a serem liquidadas em Kigali não têm sido pagas desde agosto de 2024, coincidentemente com a exoneração de Max Tonela da sua posição ministerial. Esta situação levanta preocupações sobre a capacidade de Moçambique em gerir adequadamente as suas relações financeiras e de segurança com um dos seus principais aliados na luta contra o terrorismo.
À medida que a crise financeira se agrava, surge a necessidade urgente de o governo moçambicano encontrar soluções sustentáveis para honrar as suas dívidas e reforçar a colaboração com Ruanda, de modo a garantir a segurança e a estabilidade em Cabo Delgado. O impacto dessa situação poderá afetar não só a segurança nacional, mas também a confiança internacional em Moçambique enquanto parceiro estratégico na região.
Esta questão levanta também um debate mais amplo sobre a gestão de recursos e a transparência nas relações bilaterais, essencial para o fortalecimento da democracia e a proteção dos direitos humanos em Moçambique.
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