AQUECEU: “𝐆𝐞𝐫𝐚çã𝐨 𝟏𝟖 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐫ç𝐨”: 𝐀𝐳𝐚𝐠𝐚𝐢𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐞𝐮 𝐧𝐮𝐦 𝐜𝐨𝐫𝐩𝐨 𝐞 𝐫𝐞𝐧𝐚𝐬𝐜𝐞𝐮 𝐞𝐦 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐦𝐨ç𝐚𝐦𝐛𝐢𝐜𝐚𝐧𝐨!

 


Edson da Luz, mais conhecido pelo nome artístico Azagaia, foi um cantor de hip-hop moçambicano, conhecido pela sua música de intervenção social. Azagaia, era natural de Namaacha, nascido no dia 6 de Maio de 1984 e morreu a 09 de Março de 2023. Portanto, passam-se dois anos após o desaparecimento físico do icónico músico.

De acordo com Albino Manguene, trata-se de um vazio muito grande porque Azagaia era uma figura que bem sabia expressar o sentimento do povo moçambicano de forma cantada por letras e suas melodias. Desse modo, muitos moçambicanos falavam através do Azagaia.

Manguene afirma que actualmente são escassos artistas com mesma habilidade, que possuem frontalidade de Azagaia, ou seja, são escassos.

“Azagaia era alguém sem medo num estado em que há muita perseguição e limitação dos Direitos. Contudo, os moçambicanos falavam através do Azagaia. O Azagaia era contextual. Eu me recordo de uma música que surgiu, nos pronunciamentos da então ministra da justiça, na altura ministra da justiça Benvinda Levi, quando ela alegava que os interesses do Estado se sobrepõem aos Direitos Humanos. Para dizer que, o que mais vale defender são os interesses do Estado do que Direitos Humanos. E, logo após essa intervenção, o Azagaia tirou uma música, uma crítica. Da mesma forma, quando a governadora Lucília Hama, na altura, disse haver muitos derivados de galinha, tem Patinhas, pescoços, então, os moçambicanos vão passar bem as festas, não há crise de carne, isso também rendeu uma música. Ele era um músico contextual que sabia se posicionar de acordo com o contexto, quer para criticar, quer para reivindicar alguma coisa. Acredito que neste momento ele estaria a fazer alguma coisa de acordo com o contexto actual”, defendeu Manguene.

Portanto, o teólogo não incitou em afirmar que diante do povo, Azagaia é um herói, mas para o regime, o governo liderado pela Frelimo Azagaia é visto como persona non grata porque as suas músicas, as suas mensagens denunciavam corrupção, violação de Direitos Humanos, crueldades perpetuadas pelo partido Frelimo, enquanto Partido que governa, que elegeu o presidente da República. Outrossim, segundo Manguene, é esse mesmo ministério da cultura que funciona nem atrelado ao partido no poder e dificilmente pode fazer alguma coisa no sentido de honrar Azagaia conforme a vontade do povo, a não ser se fossem de facto patriotas. Infelizmente o Ministério da Cultura é mais frelimista do que patriota.

“Duvido que façam alguma coisa. Acho que figuras como Azagaia, Afonso Dhlakama, André Matsangaíssa e tantas outras figuras só serão reconhecidas quando entrarem no poder um Governo que não seja da Frelimo, a seguir termos um parlamento no qual a maioria não seja da Frelimo. Nesse contexto, nessa óptica essas figuras serão reconhecidas porque para o povo são heróis, más para o regime são pessoas persona non grata. Porque deram problemas ao regime e ao governo, deram trabalho porque fizeram o povo despertar e perceber que foram pacíficos demais diante da forma que o regime governa o país”, disse.

Entretanto, Manguene disse ainda que, para o Governo honrar a vida e obra de Azagaia e/ou considerá-lo herói como o povo o considera, só se ela for de forma autónoma, em casos como, por exemplo, os municípios liderados por partidos de oposição, como a cidade da Beira, Quelimane por aí em diante poderá ser feito algo para eternizar a figura do Azagaia se não mesmo isoladamente ou quando surgir um governo que não seja da Frelimo.

Wilker Dias acrescentou ainda que, para o povo moçambicano, Azagaia significa liberdade e coragem. Sendo assim, Wilker acredita que foi Azagaia quem começou a abrir os olhos do povo moçambicano por mais que tenha sido depois da sua morte. Pode então se dizer o Azagaia cumpriu com a sua missão para com o povo moçambicano que era de libertar o povo das amarras ditatoriais, das amarras das violações dos Direitos e acima de tudo abrir uma nova perspectiva de que o povo é que está no poder que a soberania reside no povo.


 “O sentimento da geração 18 de Março carrega consigo a instrução de coragem, acima de tudo a palavra de ajuda a um irmão, a união que era extremamente que tivéssemos se quiséssemos desenvolver Moçambique. Acredito que ficou e, fica mais patente com todo movimento realizado ao longo desse tempo, principalmente após as eleições, a geração 18 de Março abraçou os irmãos, abraçou o povo moçambicano, e continuou a ajudar, apoiar, dar assistências a todos eles, acredito que este era o nosso combinado. Nos unirmos, para apoiar o irmão e não lutar contra os irmãos, e junto lado a lado encontrar aquilo que é o caminho correcto para o desenvolvimento do nosso país”

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